Recursos para ensinar filosofia
Questões sobre Thomas Hobbes
Faça login ou crie uma conta para exportar questões
HOBBES, T. M. Leviatã. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado).
Para o autor, o surgimento do estado civil estabelece as condições para o ser humano
-
obter a situação de paz, com a garantia legal do seu bem-estar.Esta afirmação está correta. A teoria de Hobbes defende que o Estado civil é estabelecido para garantir a paz e a segurança, permitindo que os indivíduos vivam livres da constante ameaça de conflito inerente ao estado de natureza. Este poder leva à criação de leis que conservam o bem-estar e a convivência pacífica.
-
internalizar os princípios morais, objetivando a satisfação da vontade individual.Esta alternativa está incorreta. Hobbes argumenta que os seres humanos são movidos por paixões naturais e não internalizam automaticamente princípios morais. O poder coercitivo do Estado é necessário para manter a ordem, portanto, a moralidade por si só não assegura o cumprimento das leis.
-
aderir à organização política, almejando o estabelecimento do despotismo.Esta alternativa está incorreta. Embora o Estado proposto por Hobbes tenha traços autoritários, ele fala sobre um poder forte e centralizado para evitar a anarquia e o caos, não necessariamente um despotismo com conotações tirânicas. O objetivo final é evitar a guerra e o caos, não criar uma tirania.
-
assegurar o exercício do poder, com o resgate da sua autonomia.Esta afirmação está incorreta. No pensamento de Hobbes, o surgimento do Estado não significa resgatar a autonomia individual, mas sim renunciar a parte dela em favor de um poder central. A autonomia individual é limitada para garantir a ordem social e evitar a "guerra de todos contra todos".
-
aprofundar sua religiosidade, contribuindo para o fortalecimento da Igreja.Esta opção está incorreta. Hobbes não fundamenta o surgimento do Estado em uma missão religiosa ou no fortalecimento da Igreja, mas sim em uma necessidade secular e prática de garantir a paz e a sobrevivência dos indivíduos.
Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar. HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
TEXTO II
Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil . Petrópolis: Vozes, 1994.
Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a)
-
estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações sociais e violenta a humanidade.Esta declaração não corresponde à visão de Hobbes sobre o estado de natureza. A ideia de que a civilização destrói um estado anterior de felicidade e liberdade é mais associada a Rousseau. Ao contrário, Hobbes vê o contrato social como uma forma de escapar da brutalidade e insegurança do estado de natureza, em vez de destruir uma condição ideal anterior.
-
situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão pelo pecado original.Esta declaração está incorreta no contexto da teoria de Hobbes. Para Hobbes, o estado de natureza não é uma questão de livre-arbítrio prejudicada pelo pecado original; na verdade, é visto como uma condição de anarquia e caos devido à ausência de poder central. A questão do pecado original está mais presente em discussões religiosas em geral e não diretamente ligada à concepção hobbesiana do estado de natureza.
-
capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa constituir o Estado civil.Esta alternativa não se aplica à visão de Hobbes. A menoridade e a exigência moral são conceitos mais relacionados a Jean-Jacques Rousseau, que fala sobre o homem ser bom por natureza mas corrompido pela sociedade. Hobbes, em vez disso, vê a necessidade de ordem imposta pela criação de um poder central forte para evitar o caos do estado de natureza.
-
organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade.Esta opção descreve a visão de Locke, não a de Hobbes. John Locke, em seu Segundo Tratado sobre o Governo Civil, sugere que no estado de natureza, os homens têm direitos naturais à vida, liberdade e propriedade. Hobbes, por outro lado, vê o estado de natureza como um caos, não um estado de direitos naturais garantidos.
-
condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta.Esta é a descrição correta da visão de Hobbes sobre o estado de natureza. Ele acreditava que era uma condição de guerra contínua, onde não havia segurança, e a vida era 'solitária, pobre, sórdida, brutal e curta'. A criação de um governo, segundo Hobbes, era necessária para impor ordem e proteger as vidas das pessoas contra o medo constante da morte violenta.
O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como
-
contrato social.A ideia de contrato social é realmente uma parte importante da filosofia política de Hobbes. Ele, junto com outros filósofos como Locke e Rousseau, propôs que a sociedade e o Estado são formados por um "contrato" implícito entre indivíduos. No entanto, a pergunta está focada na questão de uma situação hipotética antes da formação desse contrato, onde indivíduos podem se ver em um estado de guerra. Assim, apesar de relacionado, o contrato social não é o foco direto do argumento apresentado no texto.
-
vontade geral.A vontade geral é um conceito desenvolvido por Rousseau, que se refere à vontade coletiva de um povo soberano, buscando o bem comum. Isso é muito diferente do foco de Hobbes, que não está preocupado com um conceito de vontade coletiva, mas com a situação hipotética do estado de natureza e as justificativas para a formação de um governo. Assim, a vontade geral não está relacionada ao argumento de Hobbes mencionado no texto.
-
alienação ideológica.Alienação ideológica relaciona-se mais frequentemente às ideias de Karl Marx e é o processo pelo qual uma ideologia falseia a compreensão dos indivíduos sobre suas verdadeiras condições e relações sociais. Não é relevante para a discussão sobre o estado de natureza que Hobbes propõe. Hobbes está mais preocupado em descrever uma condição hipotética de vida antes da sociedade organizada do que em discutir ilusões ideológicas.
-
microfísica do poder.A microfísica do poder é um conceito mais associado a Michel Foucault, que se concentra em pequenas práticas e técnicas de controle e poder na sociedade moderna. Hobbes, por outro lado, está discutindo uma situação histórica hipotética anterior a qualquer formação de sociedade ou sistema de poder organizado, então esse conceito não se aplica ao argumento em questão.
-
estado de natureza.O estado de natureza é um conceito central na filosofia de Hobbes. Refere-se a uma condição hipotética que antecede a formação de um contrato social ou governo, onde não há autoridade ou leis para controlar o comportamento dos indivíduos. Nesse estado, Hobbes argumenta que ocorre "a guerra de todos contra todos", pois, mesmo as pessoas mais agradáveis podem entrar em conflito por segurança e recursos. Isso é o que o texto refere ao descrever "um estado de guerra".
A proposta de organização da sociedade apresentada no texto encontra-se fundamentada na
-
mobilização do povo e na autoridade do parlamento.Essa alternativa está incorreta. A teoria de Hobbes não envolve a mobilização do povo ou a autoridade de um parlamento. Pelo contrário, ele defende um governo centralizado e absoluto onde o soberano possui total controle e a decisão parte de uma autoridade única, ao invés de um sistema de governo baseado no parlamento ou na vontade do povo.
-
abdicação dos interesses individuais e na legitimidade do governo.Essa alternativa está correta. Em "O Leviatã", Hobbes argumenta que o contrato social implica na renúncia dos interesses individuais e na abdicação de certas liberdades pessoais em troca de segurança e paz proporcionada por um governo forte e legítimo. Essa legitimidade vem do fato de que foi um acordo mútuo entre os indivíduos que abriram mão de seu poder em favor de um soberano absoluto.
-
imposição das leis e na respeitabilidade ao soberano.Essa alternativa está parcialmente correta, pois Hobbes efetivamente fala sobre a imposição das leis pelo soberano. No entanto, o foco principal é a renúncia dos direitos individuais para formar um governo legítimo. Assim, a respeitabilidade ao soberano é uma consequência desse processo, mas não o fundamento principal da proposta hobbesiana.
-
cooperação dos súditos e na legalidade do poder democrático.Essa alternativa está incorreta. Hobbes não fala sobre cooperação no sentido positivo como uma característica do contrato social. O poder gerado não é democrático, mas sim absoluto na figura de um soberano. Os súditos abrem mão de suas liberdades e direitos para garantir a paz e a segurança, mas não há a ideia de legalidade no sentido de democracia.
-
alteração dos direitos civis e na representatividade do monarca.Essa alternativa está incorreta. Hobbes não fala sobre uma alteração nos direitos civis em seu contrato social. Ele trata da renúncia dos indivíduos a determinados direitos em favor da autoridade soberana para garantir a paz e a ordem. Além disso, na proposta de Hobbes, o monarca não é representante do povo, mas sim um soberano absoluto a quem os súditos renunciam seu poder.
Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção. HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983. TEXTO II
Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano. ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado).
Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma
-
vocação política.Vocação política geralmente se refere à disposição ou inclinação dos indivíduos para participar da vida política ou governar. No entanto, os textos discutem o estado de natureza e a igualdade original entre os homens antes da formação de sociedades politicamente estruturadas. Assim, a igualdade não é tratada como uma vocação política, mas sim como uma condição primária dos seres humanos no estado de natureza. Por isso, essa alternativa está incorreta.
-
tradição epistemológica.Tradição epistemológica refere-se ao legado ou corrente de teorias de conhecimento dentro da filosofia. A igualdade entre os homens, nos textos dados, está sendo discutida em função da condição natural e original, não de como o conhecimento tem sido abordado historicamente. Portanto, essa alternativa não se aplica corretamente à discussão entre Hobbes e Rousseau apresentada nos textos.
-
submissão ao transcendente.Submissão ao transcendente sugere que a igualdade entre os homens está relacionada à deferência ou respeito por algo além de si mesmos, como Deus ou um princípio universal. No entanto, Hobbes e Rousseau estão discutindo conceitos de estado de natureza e relações humanas, sem trazer essa questão transcendente para a igualdade. Logo, essa alternativa está incorreta nesse contexto.
-
condição original.A condição original diz respeito à ideia de que todos os homens são iguais devido à sua natureza ou características inatas compartilhadas, independentemente das circunstâncias sociais ou culturais. Tanto Hobbes quanto Rousseau falam sobre o estado de natureza e como as pessoas são iguais nesse estado porque estão diante das mesmas condições básicas de existência. Então, os textos estão se referindo a essa igualdade fundamental e primária, que é uma condição original. Por isso, essa alternativa está correta.
-
predisposição ao conhecimento.A predisposição ao conhecimento se refere à capacidade ou abertura natural dos seres humanos para aprender e compreender o mundo ao seu redor. Quando falamos de igualdade entre os homens, não estamos nos referindo especificamente à capacidade de conhecer, mas sim a algo mais fundamental como a condição igual no estado de natureza, como propõem Hobbes e Rousseau. Portanto, esta alternativa está incorreta para a questão proposta.
Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles
-
apelavam aos governantes.Essa alternativa está incorreta. Antes da constituição da sociedade civil, no estado de natureza segundo Hobbes, não existiam governantes para apelar. Hobbes descreve o estado de natureza como uma condição de guerra de todos contra todos, onde não há autoridade estabelecida para mediar conflitos.
-
entravam em conflito.Essa é a alternativa correta. Segundo Hobbes, no estado de natureza, os homens entravam em conflito quando desejavam o mesmo objeto. Isso porque, na ausência de uma autoridade comum que pudesse resolver disputas, os indivíduos precisavam lutar por recursos e segurança. Hobbes descreve esse estado de natureza como uma situação de constante competição e desconfiança entre as pessoas.
-
consultavam os anciãos.Essa alternativa está incorreta. Os anciãos ou qualquer outro tipo de conselho não existiam na ideia de estado de natureza que Hobbes descreve. Este é um estado anterior à ordem social organizada e, portanto, não há papéis sociais estabelecidos como os de conselheiros ou sábios.
-
exerciam a solidariedade.Essa alternativa está incorreta. Hobbes argumenta que, no estado de natureza, prevalece a desconfiança e a competição, não a solidariedade. Sem um governo ou contrato social, a tendência dos indivíduos é agir com base em seus próprios interesses para garantir sua sobrevivência, o que leva ao conflito e não à cooperação.
-
recorriam aos clérigos.Também está incorreta. No estado de natureza hobbesiano, não há instituições ou figuras religiosas organizadas como os clérigos para servir de mediadores ou guias. A ideia central de Hobbes é a ausência de qualquer tipo de estrutura social ou institucional que pudesse intervir em disputas entre indivíduos.
Conteúdo exclusivo para usuário
Esse conteúdo é exclusivo para usuários cadastrados. Crie uma conta ou faça login abaixo para ter acesso a ele.